Quebramundo, coletiva de Mídia Independente, com o objetivo de valorizar e enaltecer artistas periféricos
A coletiva surgiu no ano de 2016, inicialmente por 3 amigos, Victor de Carvalho (Vic), Gustavo Dias e Neto Lopes. A iniciativa surgiu quando identificaram a imensidão de artistas e movimentos culturais que acontecem no bairro do Grajaú e que não tinham o seu devido reconhecimento.
"Percebemos que é muito latente a valorização do artista popular (das grandes mídias) e o quanto artistas periféricos e independentes sofrem para circular seu trabalho e alcançar a merecida valorização pela sua arte", conta Vic.
Então, surge a Quebramundo, uma coletiva de Mídia Independente, com o objetivo de valorizar e enaltecer artistas e movimentações culturais periféricas. Por meio de alguns editais, produziram mais de 10 vídeoclipes de artistas periféricos com o projeto Da Quebrada para o Mundo, além da produção de conteúdos da quebrada que dialogam diretamente com a quebrada, "temos sempre o intuito de contribuir com o empoderamento das periferias, despertando o reconhecimento nas nossas produções". explicam.
Desde muito cedo, existia uma familiaridade pelas artes, no qual os idealizadores da coletiva já traziam uma bagagem e envolvimento artístico. Vic, além de produtore cultural também é Designer e Artista Visual, já o Neto possui uma grande familiaridade com a escrita e a poesia e o Gustavo que sempre gostou de dançar e desenhar teve contato com a arte na Cia Teatral Artemanha por 15 anos e nela se envolveu com várias vertentes de arte cênicas, danças populares brasileiras, artes plásticas e música o que contribuiu para seu reconhecimento como Artista Visual.
O projeto Da Quebrada para o Mundo surgiu junto ao desenvolvimento da coletiva, inicialmente através da página no Facebook divulgavam os perfis de artistas e coletivos que atuam nas periferias. Porém foram envolvides por um desejo de produzir os próprios conteúdos, para além de apenas compartilhar os perfis artísticos.
Foi desta forma que iniciaram em 2017/2018 a primeira etapa do projeto Da Quebrada para o Mundo quando foram contemplades pelo edital do VAI 1. O projeto se dividiu em 3 etapas, sendo elas: a primeira etapa a capacitação do coletivo para o desenvolvimento audiovisual, a segunda etapa, que foi produzir 5 videoclipes de artistas periféricos, com a finalidade de trazer para mais próximo da realidade o empoderamento de artistas independentes e a terceira e última etapa, que foi ofertar ao território um workshop sobre as práticas audiovisuais, "encerramos com uma grande celebração através do nosso festival 'Da Quebrada para o Mundo".
O Projeto foi um sucesso então seguiram em 2018/2019 e desta vez contemplades pelo edital VAI 2, o que permitiu darem continuidade ao projeto, porém, com a proposta de produzir um EP Visual, com um Grupo Rappers, formadas inteiramente por mulheres, chamada Graja Minas, também tiveram a oportunidade de produzir o primeiro videoclipe da artista Monna Brutal.
As inspirações são pessoas da vida real que construíram laços ao longo do tempo e que os auxiliou para o crescimento. Uma de suas inspirações é mestre Juliano Angelin que é artista plástico/multimídia e Arte Educador, também se inspiram muito nas produções da Cannis Filme e do excelente trabalho jornalístico que o Periferia em Movimento faz na quebrada.
O intuito é expandir o alcance dos potenciais, romper a barreira que divide Periferia/Centro e democratizar a expressão artística marginal. "Entendemos que apesar de estarmos envolvides por grandes produções culturais, ainda existem barreiras que dificultam o acesso e a expansão dos conteúdos da periferia". A sociedade está acostumada a consumir produções que circulam nas mídias convencionais. Eles levam o conteúdo para outras periferias, mas também para todos aqueles que não conhecem a realidade periférica. O motivo da Coletiva é despertar interesse para o consumo e a valorização da arte marginal e independente.
Contam que ser uma Coletiva de Produção Cultural na periferia é desafiador, pois além de enfrentar questões econômicas e sociais, a todo momento precisam se reinventar, trabalhando na precariedade, geralmente pela falta de amparo do Estado e de políticas públicas que favoreçam o trabalho artístico de pessoas como as da periferia, que além de desempenhar a circulação da arte e cultura na comunidade, também realizam o trabalho de base como educadores do próprio território.
"Gostaríamos que mais empresas e organizações, contribuam com o nosso crescimento, através de apoio e parcerias, só assim conseguiremos romper a barreira que ainda nos separa", relata Vic.
Os planos para o futuro é continuar desenvolvendo da melhor forma o trabalho que se proporam a fazer desde o início do coletivo e criar um espaço colaborativo que possam abrir ao público em geral para o desenvolvimento, troca e expansão de saberes, auxiliando no empoderamento marginal. Inclusive estão abertas para receber apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho.
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