No dia 1 de junho é comemorado o Dia da Imprensa. Data que foi criada como forma de registrar o início da circulação dos primeiros jornais brasileiros. Até 1999, o Dia da Imprensa se comemorava, em 10 de setembro, data da primeira circulação do jornal Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808, periódico da Corte. No entanto, no final dos anos noventa, decidiu-se alterar a data para o dia 1 de junho, pois foi nessa data que o jornal Correio Braziliense, fundado por Hipólito José da Costa, passou a circular.
Hoje, mesmo com cerca de 215 anos após a primeira distribuição de jornais no Brasil, a importância de refletir sobre os desafios enfrentados pela imprensa continua relevante. A censura, a violência e as ameaças à liberdade de expressão ainda são problemas presentes em diversas sociedades.
Ameaças à liberdade de imprensa
Apesar de ser garantida pela constituição, a liberdade de imprensa no Brasil já foi ameaçada diversas vezes. Em 2022, o país ficou na 110ª posição no Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa, dado indica que o país segue sendo um local onde o exercício jornalístico sofre sérias restrições.
Quando voltamos ao período de ditadura militar aqui no Brasil, que durou de 1964 a 1985, vemos uma série de casos de censuras, perseguições, torturas e até mesmo assassinatos de jornalistas que de alguma forma ainda tentavam realizar suas atividades com compromisso, verdade e ética jornalística.
E apesar de muitas pessoas acharem que isso foi algo distante e que “ficou em outra época”, casos recentes mostram que o Brasil sofreu um retrocesso e que profissionais da comunicação estiveram em perigo nos últimos anos.
Caso Marielle Franco
Em 2018, um dos casos que marcou o Brasil e o mundo foi o assassinato da vereadora e jornalista carioca Marielle Franco, que tinha pouco mais de um ano de mandato quando foi assassinada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.
Marielle tinha apenas 38 anos, era uma figura política popular e bem-sucedida, eleita como a quinta vereadora mais votada da cidade do Rio de Janeiro em 2016, com mais de 46 mil votos. Ela era conhecida por ser uma voz progressista e uma defensora dos direitos humanos, da justiça social e da igualdade racial, se tornando uma figura política referência para muitos no Brasil.
Mas o que aconteceu com Marielle? O que a vereadora sabia que ninguém mais poderia saber? Quem foi o mandante do crime? São muitas perguntas que até hoje, cinco anos após a tragédia, ainda não se tem respostas.
Ataques de Bolsonaro
Durante os seus quatro anos de mandato como presidente do Brasil, Jair Bolsonaro protagonizou diversos momentos de ataque e incitação à violência contra jornalistas. Um relatório feito pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), mostra que sozinho, o ex-presidente foi responsável por 175 episódios de violência aos profissionais da imprensa em 2020. São 40,89% do total de 428 casos computados pela federação. Foram 145 ataques genéricos, direcionados a veículos de comunicação e a jornalistas, 26 casos de agressões verbais, um de ameaça direta aos profissionais, uma ameaça à Globo e dois ataques à FENAJ.
Vale lembrar que além de todos os ataques verbais a jornalistas e veículos de comunicação, também houve uma quantidade absurda de fake news sendo espalhadas, o que contribui para a descredibilização da imprensa.
Importância da liberdade de imprensa
A liberdade de imprensa é fundamental para a construção de uma sociedade mais livre, segura e democrática. Além de garantir o direito das pessoas à informação e à livre expressão de ideias, ela também serve como um contrapeso ao poder político, permitindo que os meios de comunicação investiguem e denunciem casos corrupção, abusos de poder e violações de direitos humanos, sem medo de retaliação ou censura.
