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Foto do escritorJanaíne Fernandes

Quem é Fernanda Moraes?

Conheça a jovem que com sua profissão impacta vidas e transforma a sociedade


15 anos de idade, auto pressão para escolher sua profissão e muita sede de descobertas. Era isso que definia o momento vivido por Fernanda Moraes, nascida e criada no Capão Redondo, lá em 2012. A formanda em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade de São Paulo (USP), atualmente com 24 anos, conta que o seu ensino médio foi marcado pela grande questão “qual profissão seguir?”.


"Foi um momento onde eu não sabia o que eu queria fazer. Eu sempre gostei de estudar, sempre tirei notas boas, mas não sabia o que queria, enquanto a minha irmã já sabia que queria fazer design, mexer com produção... e eu muito perdida, mesmo muito nova".


Apesar de muito jovem, Fernanda tinha essa auto cobrança, principalmente ao ver pessoas da sua idade já definindo carreira. E foi por volta dos 16 anos que ela decidiu se inscrever para o curso de Jornalismo na Escola de Notícias, uma iniciativa social localizada no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, que usa as Tecnologias de Informação e Comunicação para o acesso e a ampliação de direitos sociais, culturais e econômicos da juventude.


Ao passar pelo processo seletivo, a formação técnica que durou pouco mais de um ano, foi apenas o pontapé que Fernanda precisava para futuramente se encontrar em uma profissão. Dentro do Escola de Notícias ela foi convidada para tocar um podcast que falava com personalidades da zona sul, sobre diversos assuntos, orientado por Tatiana Vasconcellos, jornalista e radialista brasileira, atualmente âncora do Estúdio CBN.


Com o término do ensino médio, a jovem que sempre foi engajada nos estudos, já havia prestado alguns vestibulares e até chegou a passar em diversas universidades, mas dispensou todas elas, pois seu desejo era cursar a USP. Mesmo com diversos desafios e a auto sabotagem caminhando ao seu lado, apesar de em certos momentos duvidar da sua capacidade, Fernanda superou suas próprias expectativas ao passar de primeira no vestibular da FUVEST, visto que a prova é um dos vestibulares mais concorridos do país.


A USP


Quando falamos sobre a sua entrada na USP, Fernanda citou como foi marcante esse momento. Na sua infância e parte da adolescência, ela era uma criança reservada, não costumava sair, brincava sempre com os primos, pois vivia sob uma proteção familiar. E esse marco na transição da adolescência para a vida adulta se torna um mundo novo para ela.


Muito mais do que apenas um polo educacional, a entrevistada comenta que a Universidade gerou e marcou muitos momentos em sua vida e que seu apego com ela ia muito além da educação. Foi neste ambiente que ela se apaixonou pela primeira vez, começou a namorar, conheceu grandes influências e pessoas com quem é apegada até hoje, sem contar outro grande marco que aconteceu no mesmo momento, que foi a sua saída da casa dos seus pais. Fernanda conta que todas essas transições e novidades na sua vida, trouxeram uma sensação de pertencimento muito grande, pois realmente se sentiu no lugar certo.


Mesmo com tudo indo bem, a sua experiência conciliada com a rotina e estudos não estava dando muito certo. “A USP te consome e te acolhe dependendo da situação. Mas te consome”, diz a entrevistada. A jovem que gostava de ler, escrever, já tinha prestado vestibulares para jornalismo, relações públicas, história e outros cursos, ainda se sentia perdida nos estudos e no que realmente queria fazer, pois o que era aplicado na universidade ficava bem distante daquilo que havia aprendido na escola e isso trouxe uma frustração.


A essa altura, Fernanda decidiu parar, se reencontrar e tentar um novo curso que lhe agradasse de corpo e alma, e foi assim que começou a sua história com a gestão de políticas públicas.


A PROFISSÃO


Depois de ter feito uma pesquisa durante um ano e meio na Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre a inserção de mulheres na política, a entrevistada foi contratada para estagiar na Coordenação de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, com foco em políticas de equidade social. Em seu trabalho, Fernanda era responsável por tocar todos os projetos, desde marcar reuniões a entrar em contato com organizações, fazer pesquisas necessárias com base em projetos propostos, aferição de cotas raciais, além de cuidar de situações diárias envolvendo o racismo: violência policial, desigualdade racial, racismo no ambiente de trabalho e muitos outros casos. "É uma pena que esse é em um governo de centro-direita. Talvez algumas situações fossem melhores resolvidas e o trabalho fosse mais empático, atingisse toda a população como deveria ser de fato", comenta.


Quando questionada sobre o preparo psicológico para lidar com todas as questões que envolvem sua profissão, Fernanda comenta que seu trabalho e formação a tornaram mais fria, pois infelizmente há muitos casos em que não pode se envolver emocionalmente, mas que o olhar empático precisa continuar existindo.


"Política é um jogo e entrar no jogo da política é uma parada muito sinistra! Eu como mulher negra dentro desse jogo só me saio bem de fato por estar com pessoas negras, que apesar de nem todos terem uma visão política como a minha, eram pessoas que entendiam da causa racial e que querendo ou não possibilitaram um ambiente de trabalho confortável e seguro."

Constantemente contribuindo para a criação de uma sociedade melhor, este semestre a entrevistada se forma em Gestão de Políticas Públicas pela USP e entrega a sua monografia sobre a inserção das mulheres negras no processo político eleitoral, tendo como foco suas redes sociais.


Em busca da sua evolução, Fernanda continua olhando para novos horizontes. O mês de maio registra um novo começo em sua vida profissional: o trabalho com a criação de políticas de pressão para auxiliar projetos de educação para pessoas com deficiência.


E aí? Você conhece outras histórias inspiradoras?


Acompanhe Fernanda nas redes sociais:


Instagram: @nandallunda

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