Dj na cidade de Osasco, Janaina lança seu nome em 2020 e participa de coletivos que incentivam a carreira de mulheres no cenário.
Esse período pandêmico tem sido um desafio para todos. Ainda assim, muitos conseguiram se reinventar em um momento em que a autodescoberta foi grande e as possibilidades se tornaram infinitas, mas ao mesmo tempo que ciclos, projetos e negócios se fecham, outros se iniciam.
Foi o que aconteceu com Janaina Gomes do Nascimento, mais conhecida como Janaina Nas, de 32 anos, moradora do Km 18 - Osasco, ela saiu do casulo de insegurança e assumiu o toca discos em 2020.
Desde muito nova já possuía uma forte conexão com a música, com uma irmã que sempre a incentivou a escutar e um pai sambista, música não faltava dentro de casa e foi difícil não se apegar. Colecionadora de discos desde 2015, já acompanhava seus amigos pelo universo da discotecagem.
Antes de se tornar oficialmente uma Dj, Janaina em 2018 começou um curso de ‘’ Agente Cultural’’, na mesma época passou pelo Girls On Top formado somente por mulheres. "Era somente mulheres discotecando e não só djs de renome, muito pelo contrário, djs iniciantes, que não tinham tanto acesso ao toca discos. A ideia era proporcionar isso para as pessoas, essa interação, esse contato com o toca discos que era algo de mais difícil acesso por ser um equipamento muito caro e muito específico", conta.
O coletivo foi essencial para o seu amadurecimento, participou na produção de alguns eventos e os bastidores foram aulas - “eu tinha discos e eu nunca toquei, mas participava de um projeto que incentiva mulheres a tocar, mas eu não tocava. Quando eu estava ali ajudando as meninas, ficava na contenção. Hoje, eu estou de frente”, conta Janaina.
Foi durante a pandemia que surgiu o real interesse e curiosidade de colocar os discos para girar para o público. Com incentivo e suporte de amigos, sua primeira performance rolou em Junho do ano passado - “Depois da primeira vez que eu toquei, eu vi que era super possível e eu fui pegando intimidade com os toca discos” diz.
Ressaltando ser uma Dj jr com muita vontade de aprender, atualmente, é Dj do projeto As Minas Pá! (um podcast de conversa e música. Logo mais com estreia na rádio Antena Zero) e no coletivo UH! Manas TV (um coletivo de mais de 100 mulheres do brasil e do mundo que se unirão, em prol de uma mesma coisa, a revolução feminista discotecada).
Hoje, o trampo de Dj não chega a ser rentável, Janaina segue sendo supervisora de vendas, mas investindo muito em sua carreira e lidando simultaneamente com as dificuldades da profissão muitas vezes não valorizada - “Você tocar numa noite, às vezes, não é tão valorizado quanto deveria, porque as pessoas acham que simplesmente é botar no spotify e esse é o DJ, Não! O DJ faz uma pesquisa musical, ele busca informação, ele busca pensar em um tema. Então, eu acho que esse processo para se tornar uma profissão realmente você tem que gostar muito e mesmo assim até você se tornar um profissional 100%, viver de música ou discotecando, você realmente tem que batalhar bastante”, conta.
Ela ainda contou como é estar inserida nesse cenário ainda predominante masculino - “Ser mulher nesse rolê é desafiador. Porque a gente, independente, se é na música ou em qualquer outro lugar, a gente ainda sofre muito preconceito. Ser mulher é ser resistente. Então, eu acredito que a gente está conquistando o nosso espaço ainda” conclui.
Janaina segue atualmente fazendo lives na twitch e produzindo dentro dos coletivos que faz parte - “Neste momento pandêmico para nós o mais importante mesmo é não ter parado, foi continuar de forma online. Levar a música para as pessoas em casa é muito gostoso, porque a gente faz as lives e eu incentivo muito as pessoas a assistirem para que aconteça essa conexão musical. Uma forma que a gente tem de sair desse momento difícil de dificuldades, um momento bem desafiador na verdade”, finaliza.
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