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A arte salva

  • Foto do escritor: Juliana Santana
    Juliana Santana
  • 8 de out. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de fev. de 2023

Grafiteira há dois anos, Nayara Rodrigues, vulgo Chica Loka, leva a missão hip-hop através da arte no muro


Foto por @juliabmartinss

Um quarto, tinta e amigos, foi assim que Nayara Rodrigues, vulgo Chica Loka começou a descobrir sua missão no grafite. A paulista de 23 anos, atualmente mora no Morro Doce – Zona Oeste de São Paulo.


Influenciada pela cultura Hip-hop começou fazendo tag (é a assinatura do “writer” ou grafiteiro. A tag é o nome do artista) na época ela se identificava como “NayRod”. A família tinha preocupações, não enxergava futuro na arte. O rolê majoritariamente masculino também deixava a família com um pé atrás, ela não teve apoio. “Sempre me falaram que era coisa de homem, coisa de vagabundo” conta Nayara.


A arte no muro brilhava seus olhos, mas devido as diversas situações ela via aquilo distante de si. Mesmo resistindo e relutando a arte venceu “Agora que eu entendo mais, acredito que o grafite me deu essa missão de ser grafiteira, é um chamado mesmo” explica Nayara.


Foto por Cacau

Há três anos ela estuda artes visuais. No início teve um choque com o nível dos alunos, a turma também possuía outros grafiteiros, surpresa e alivio foram imediatos. A ruptura da ideia de que quem é grafiteiro é vagabundo foi quebrada ali, os grafiteiros também estão na faculdade buscando crescimento.


Seu processo criativo vem muito do emocional, são sentimentos reais. Seja alegria, angústia, tristeza ou raiva, é na arte que ela se liberta, ela conta que não troca o grafite por nada “Não importa a distância, eu vou! A sensação de liberdade quando estou no muro é surreal” conta Nay. Mesmo se cobrando muito, Nayara segue fazendo o seu melhor em cada traço.


Seu vulgo “Chica Loka” nasceu meio em parceria. “Chica” veio de uma parceira que vivia chamando ela assim e “Loka” veio de VL – VIDA LOKA.


Nayara segue na arte do grafite há dois anos. O começo foi difícil, precisou lidar com a exclusão das pessoas e com o julgamento de sua arte, foi um processo entre o lado artístico e o emocional. Com um de seus professores da faculdade que também é grafiteiro aprendeu a ter autoestima na sua arte e leva consigo o que ele dizia “Nunca esqueça de onde veio, aonde quer chegar e nunca perca sua humildade”.


A grafiteira desconstruiu a ideia de ser conhecida e famosa, quando nas crianças de sua quebrada enxergou algo além e de maior significado “O meu grafite não é para eu me enaltecer, mas sim mostrar para as crianças que a gente pode ser o que quiser. Seja um manifesto através da arte de rua. As crianças são o nosso futuro, eu estou tentando fazer a revolução agora, nesse momento e as crianças farão a revolução amanhã” finaliza.


Chica Loka percorre através do grafite mostrando para as crianças e adolescentes que o Hip-Hop salva vidas, seja pelo microfone, pelo breakdance ou pela lata de spray “Eu tento lutar e resistir, mostrar que a arte salva, me salvou!” afirma Nayara.



Conheça o trabalho da artista:


Instragram: @chicaloka011 - @c0salok4






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