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Com uma narrativa social e realista, jovem aproxima a periferia do cinema

Atualizado: 23 de fev. de 2023

Vendo a falta de um espaço que promovesse e desenvolvesse acesso à cultura crítica em seu bairro, artista leva pensamento crítico para quebrada

Fotografia por @ffreiredg

Conseguir imagens em movimento foi algo perseguido desde a antiguidade. As sombras sempre exerceram fascínio nos seres humanos, conhecido como sétima arte, o cinema hoje é um dos meios artísticos mais buscados pela sociedade. De acordo com a vivência de seu bairro, COHAB Juscelino na Cidade Tiradentes e um contato indireto com o audiovisual desde pequeno, Filipe Barbosa de 23 anos, busca promover cinema para os jovens que não têm a possibilidade de estarem em um, como uma ponte de fácil acesso à cultura e pensamento crítico.


Aos 19 anos, Filipe viu que faltava alguma coisa em seu bairro, como um espaço que pudesse promover coisas desse tipo. “Aqui onde eu moro, é tipo um limbo da Cidade Tiradentes. É um espaço que não tem praticamente nada, voltado para a cultura”, diz.

Fotografia por @negonolasco

Então começou a se questionar sobre o que poderia fazer para ser diferente dentro desse processo. Depois de um ano pensando e buscando, junto dos seus amigos montou uma Casa de Cultura, onde promovia saraus, batalhas de Rap, cinema etc e, lá assumiu o trabalho de audiovisual. Já com alguma experiência, Filipe participou da sua primeira oficina de audiovisual em Paraisópolis, onde gravou seu primeiro curta metragem e iniciou sua carreira.


Com referências próximas a sua realidade, como cinema do terceiro mundo, pessoas da periferia que promovem cinema, realizadores de audiovisual, cinema argentino como referencia o Fernando Birri, no neorrealismo italiano, como referência Roberto Rossellini e Vittorio de Sicca. No Cinema africano Ousmane Sembène e Diop Mambéty. No Movimento de cinema L. A Rebellion nos EUA, Julia Dash e Haile Gerima e fora desse movimento o famoso Spike Lee e, no cinema brasileiro nas referências mais antigas, Zózimo Bulbul, Glauber Rocha e nas referências próximas no dia de hoje Yasmin Thayná, André Novais e Gabriel Martins, com essas referências o jovem consegue ver uma evolução e busca se aproximar cada vez mais.


Hoje, junto com seus amigos do bairro e também com parceria do Coletivo Ação Subversiva e Estúdio Graffiti Movie promove o Cine Social Club do bairro, para jovens e adultos, todo segundo sábado do mês, no Centro Cultural Juscelino, iniciativa para fomentar o debate sobre questões que perpassam a vida, enquanto negros, latino-americanos e subalternos, estimula pessoas que buscam pensamento crítico, passam filmes que já foram apresentados em festivais ou que não vão para o circuito comercial.


“A maioria dos filmes de fácil acesso, são voltados para o capital, filmes que não promovem pensamento crítico e é isso que falta para a evolução da quebrada, filmes que vão promover o questionamento e eu quero ser a ponte”, comenta.

Fotografia por @maisumlatinoamericano

Filipe conta que o audiovisual mudou sua vida, o levou para vários lugares, mudou a perspectiva de vida e hoje ele vê que seu papel dentro desse meio é estar ligado à ancestralidade e referências, levando a cultura, educação, senso crítico e entendimento do mundo. Quer cada vez mais, levar seu trabalho pra quem não condições e acesso.


Atualmente feliz com o que faz, tem o sonho de promover cinema para a periferia e viver disso, busca consolidação na carreira e principalmente gravar filmes que mostrem a realidade sem filtro ou interpretações falsas. “O audiovisual é uma arma de evolução e se não tomarmos cuidado ele pode ser usado de várias maneiras. Eu, prefiro que seja levado de uma forma boa. Dando espaço, o mínimo de estrutura, as pessoas vão conseguir aprender e ter contato”, conclui Filipe.


Instagram: @ufanego

Centro Cultural Juscelino - Avenida Utaro Kanai, 546

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