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Foto do escritorJanaine Fernandes

Entrevista com Mayra Neves

Atualizado: 23 de fev. de 2023

A fotógrafa de 26 anos se torna destaque em eventos na periferia da capital paulista


O trabalho de Mayra Neves, de 26 anos, tem conquistado espaço nas periferias da Zona Sul. Fotografando eventos que ocorrem na região do Capão Redondo, Bahyra como é chamada por alguns amigos, tem se tornado referência para os amantes de fotografia. Mesmo sem formação fotográfica, a jovem desempenha um belo trabalho e se torna destaque junto com outros profissionais da mesma área. "Gosto de fotografia desde sempre, mas nunca tive acesso fácil para isso. Quando consegui foi uma coisa natural acabar trabalhando com isso”. afirma.




Há quanto tempo você atua nesta área?

Eu fotografo desde novembro de 2016 e foi quando decidi comprar uma câmera. Na Crash eu estou desde 2017.


Como foi parar neste mercado tão concorrido e cheio de talentos?

Assim que eu comprei a câmera eu comecei a tirar fotos aleatórias, do dia a dia, eu namorava na época, então eu tirava muitas fotos dele, nas festas de família (inclusive eu tenho um monte que eles não viram ainda), nos domingos que eu passava na casa da minha vó. Eu não lembro quando eu resolvi fazer instagram só pra fotografia, mas fiz e ta aí. As coisas foram acontecendo e foi muito natural. Sendo sincera, eu vou te falar que eu não levo “taão” a sério meu trampo de fotografia de pensar em carreira, de ter planos concretos, eu gosto, eu faço porque eu amo mesmo. Já fiz vários jobs de graça, até pra ser portfólio, experiência pra mim, ajudar a marca ou pessoa em questão, e nessa brincadeira muitas coisas vão acontecendo. Eu acho que eu só não estou rica ainda porque não faço planos concretos para correr atrás.


Quais são as suas maiores dificuldades?

As dificuldades que eu tenho é comigo mesma em questão de ter disciplina pra estudar, eu não tenho nenhum curso de fotografia. A questão da autocrítica e da confiança no que eu faço, a falta dela na verdade. Recebo muitos elogios pelas fotos, mas pra mim nunca está bom o trampo. Eu gosto de onde eu estou, mas não cheguei aonde eu queria.


Como você se tornou fotógrafa da Crash Party e como é pra você trabalhar em um dos eventos mais conhecidos do Capão Redondo?

Eu já conhecia o Fabrício (namorado da Gu) há uns anos e depois conheci a Guxtrava. A Gu começou com a festa e eu não colava antes de fotografar, eu fui muito responsável com meu trabalho fixo e optava por não extravasar na semana indo em festa. A Guxtrava já tinha citado comigo que queria que eu fotografasse a festa e ficamos de conversar. Acabou que eu fui fotografar com a cara, a coragem e o flash da câmera, que inclusive é “uó” e quem frequenta a Crash desde essa época sabe como era horrível.Por meio disso eu e a Gu ficamos ainda mais próximas e só deslanchamos.


Você pretende continuar atuando nesta área como fotógrafa de eventos ou tem outros planos futuro?

Eu pretendo continuar nessa área sim, pelo menos com a Crash. Não tenho pretensão nenhuma de sair, mas quero expandir para outra coisas, projetos... não quero ficar limitada só para evento. Assim como a fotografia de modo geral, se você for no meu feed você vai ver que não tem uma edição fixa, não tem uma linha de fotos fixa, eu acho isso muito limitado. Meu único plano certo pro futuro é tirar de quem tem e oferecer para quem não tem, o restante eu deixo rolar.


Qual foi o trabalho que mais lhe marcou e porquê?



Não consigo citar um só. Em relação a Crash, cada uma que acontece marca de uma forma diferente. Sobre ensaio individual, o que mais me marcou até agora foi o com a Mari Nakano (dona da Ohime Glam), porque eu considero ele meu primeiro ensaio real, e foi a primeira vez que trabalhei com edição também. Depois de quase um ano eu olho aquele ensaio e fico impressionada em como eu consegui me sair bem na primeira edição. As fotos nem se fala! A Mari me ajudou muito, não foi necessário direcionar ela porque ela já tem experiência e me ajudou muito.


Quais são as suas maiores referências?

Falar de referencia pra mim é um pouco complicado. Quando eu quero fazer alguma coisa, eu vou lá, estudo e faço. Não gosto de usar muito trampo de outras pessoas como referência, como pegar e olhar o perfil de alguém que faz só foto street e pegar referência, eu prefiro assistir uns filmes,documentários, andar na rua e deixar a ideia se formar. Isso não quer dizer que eu não acompanhe a galera e não admire. Amo o trampo da galera da quebrada, acho excepcional a visão de cada um deles, como o Valdinei Souza, Isac Oliveira, Jonathan Rosalvo e Vitoria Eunice (amo foto e edição dessa mulher), e se você parar para olhar o perfil de cada um vai ver diferença de visão e vai perceber a preciosidade de cada. É a galera como eu e você, que ta no corre e nunca teve nada de mão beijada.


Qual conselho você daria para quem está começando agora na carreira?

O conselho que eu posso dar é: estude! Se você quer alguma coisa, estuda e coloca em prática o que você aprendeu. Não estou falando de você fazer faculdade ou porque muitas vezes a gente não tem essa grana e nem consegue uma bolsa, mas a internet está aí pra isso. Você acha que eu tenho curso? Porra nenhuma! Não tenham medo de trocar ideia com a galera que fotografa, pergunta, tira suas duvidas...eu mesma adoro explicar o que eu faço. Acredite em você e ande com pessoas sinceras, que saibam valorizar seu corre, mas que também saiba te dar um puxão de orelha quando necessário.

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